Depois de longas semanas sem postar, aqui estou novamente. Vim falar de algo que me agrada muito: cinema. Mas como o termo é muito generalizado, resolvi escrever sobre um movimento especifico, o Dogma 95.
O movimento é dinamarquês, foi criado na década de 90 pelos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg, e tem dez regras que necessariamente devem ser seguidas. São elas: filmar em locações, sem cenários artificiais; utilizar somente som direto e sem trilha sonora; usar câmera na mão ou no ombro; filmar em cores e sem iluminação artificial; trucagens e filtros são proibidos; não utilizar nenhuma ação artificial; referências geográficas e temporais ficam proibidas; os filmes de gênero são inaceitáveis; o formato deve ser 35 mm, e o diretor não deve ser creditado. (Pra quem quiser saber mais sobre o movimento: http://www.facasper.com.br/cultura/site/noticia.php?tabela=noticias&id=31).
A intenção do Dogma é de se fazer um novo cinema voltado à sua simplicidade, ou seja, buscar a pureza e, tentar deixar o cinema “real”, mais verdadeiro. Mas como? Se o cinema por si só, já é falso? Nada é verdadeiro no cinema. Nem os filmes documentais são inteiramente verdadeiros, já que é uma verdade mostrada a partir do ponto de vista de alguém, ou seja, é a verdade de uma ou de várias pessoas, mas não é uma verdade universal. Afinal, estamos falando de cinema, e não de um “reality show”.
A idéia de se buscar certa “pureza” no cinema e tentar voltar à sua simplicidade é muito boa. No entanto, tais regras, impostas pelos criadores do movimento, ferem a liberdade de se fazer cinema. Ferem tanto que, em certos filmes, seus próprios fundadores as quebram. Um exemplo disso são os filmes Dogville e Dançando no escuro, de Lars Von Trier. Ambos os filmes são ótimos, porém não têm nada do Dogma 95.
E não é só isso! Além dos dois filmes citados (que definitivamente não fazem parte do movimento), Festa de família e Os idiotas, foram assinados por seus diretores, quebrando a regra de que os diretores não devem ser creditados. E por incrível que pareça, são justamente os dois primeiros filmes do Dogma 95. Pra mim, isso é uma prova de que tudo que é radical demais não pode dar certo, não por muito tempo.
Por isso, pergunto a vocês: qual é a vantagem de se fazer um movimento tão radical, se nem o seu próprio criador consegue seguir regras que, ao meu ver, são absurdas? Bem, talvez tudo não passe de uma jogada de marketing (século XXI amores!), já que os diretores que fazem parte do movimento passaram a ser mais evidenciados depois de sua criação.
Particularmente, acredito nessa volta ao cinema simples, bonito e com histórias interessantes a serem contadas. No entanto, não acho que a imposição de regras vai facilitar as coisas, pois ainda acredito que com uma boa idéia na cabeça e uma câmera na mão dá pra se fazer cinema de qualidade.
O movimento é dinamarquês, foi criado na década de 90 pelos diretores Lars Von Trier e Thomas Vinterberg, e tem dez regras que necessariamente devem ser seguidas. São elas: filmar em locações, sem cenários artificiais; utilizar somente som direto e sem trilha sonora; usar câmera na mão ou no ombro; filmar em cores e sem iluminação artificial; trucagens e filtros são proibidos; não utilizar nenhuma ação artificial; referências geográficas e temporais ficam proibidas; os filmes de gênero são inaceitáveis; o formato deve ser 35 mm, e o diretor não deve ser creditado. (Pra quem quiser saber mais sobre o movimento: http://www.facasper.com.br/cultura/site/noticia.php?tabela=noticias&id=31).
A intenção do Dogma é de se fazer um novo cinema voltado à sua simplicidade, ou seja, buscar a pureza e, tentar deixar o cinema “real”, mais verdadeiro. Mas como? Se o cinema por si só, já é falso? Nada é verdadeiro no cinema. Nem os filmes documentais são inteiramente verdadeiros, já que é uma verdade mostrada a partir do ponto de vista de alguém, ou seja, é a verdade de uma ou de várias pessoas, mas não é uma verdade universal. Afinal, estamos falando de cinema, e não de um “reality show”.
A idéia de se buscar certa “pureza” no cinema e tentar voltar à sua simplicidade é muito boa. No entanto, tais regras, impostas pelos criadores do movimento, ferem a liberdade de se fazer cinema. Ferem tanto que, em certos filmes, seus próprios fundadores as quebram. Um exemplo disso são os filmes Dogville e Dançando no escuro, de Lars Von Trier. Ambos os filmes são ótimos, porém não têm nada do Dogma 95.
E não é só isso! Além dos dois filmes citados (que definitivamente não fazem parte do movimento), Festa de família e Os idiotas, foram assinados por seus diretores, quebrando a regra de que os diretores não devem ser creditados. E por incrível que pareça, são justamente os dois primeiros filmes do Dogma 95. Pra mim, isso é uma prova de que tudo que é radical demais não pode dar certo, não por muito tempo.
Por isso, pergunto a vocês: qual é a vantagem de se fazer um movimento tão radical, se nem o seu próprio criador consegue seguir regras que, ao meu ver, são absurdas? Bem, talvez tudo não passe de uma jogada de marketing (século XXI amores!), já que os diretores que fazem parte do movimento passaram a ser mais evidenciados depois de sua criação.
Particularmente, acredito nessa volta ao cinema simples, bonito e com histórias interessantes a serem contadas. No entanto, não acho que a imposição de regras vai facilitar as coisas, pois ainda acredito que com uma boa idéia na cabeça e uma câmera na mão dá pra se fazer cinema de qualidade.